27.3.07

Trampolim

Sem olhar, sem respirar
Sem rir, sem pensar, sem falar

Só te provo um lugar

Qualquer piscina ou mar de Amaralina

O amor não é mais do que o ato

Da gente ficar

No ar antes de mergulhar

Antes de mergulhar

Dance, dance, cante, cante

Muito alto, sem medo de tudo

De nada, sem medo de errar

Vejo uma boca vermelhar galhar

A paixão não é mais do que o ato

Da gente ficar

No ar antes de mergulhar

Antes de mergulhar

26.3.07

Contrapunto


La tarde se fue otra vez
en un color anaranjado tranquilo…
la noche siempre empezaba estraña:
mientras el sol huía de la oscuridad
la luna lloraba en silencio su abandono…

Ella continuaba mirando…
el vacío rellenaba sus ojos
qué en el horizonte distante
una y otra vez buscaban…
un punto de luz
en aquel reflejo blanco
a menudo,
dibujado sobre el enorme
océano…

El cantaba una triste oración
llena de nostalgia…
En el otro lado del océano
despierto…
deseaba dormir otra vez…
olvidarse de su taller y
soñar en azul…
echo aquel otro “mundo”…
qué todos los días
tenia que decir adiós…

La felicidad siempre tarda poco…
asi és el encuentro:
Cuando se empeza
a descubrir la salvación en el otro…
otro “mundo” se abre…
el rancio de la soledad
despierta uno para su fria
realidad…
frente al océano que los separa,
único y fiel compañero
de los enamorados…

21.3.07

No recreio

Quer saber quando te olhei na piscina
Se apoiando com as mãos na borda
Fervendo a água que não era tão fria
E o azulejo se partiu porque a porta
Do nosso amor estava se abrindo
E os pés que irão por esse caminho
Vão terminar no altar, eu só queria me casar
Com alguém igual a você
E alguém igual não há de ter
Então quero mudar de lugar, eu quero estar no lugar
Da sala pra te receber
Na cor do esmalte que você vai escolher
Só para as unhas pintar
Quando é que você vai sacar
Que o vão que fazem suas mãos
É só porque você não está comigo
Só é possível te amar...

Seus pés se espalham em fivela e sandália

E o chão se abre por dois sorrisos
Virão guiando o seu corpo que é praia
De um escândalo...charme macio
Que cor terá se derreter?
Que som os lábios vão morder?
Vem me ensinar a falar
Vem me ensinar ter você
Na minha boca agora mora o teu nome
É a vista que os meus olhos querem ter
Sem precisar procurar
Nem descansar e adormecer

Não quero acreditar que vou gastar desse modo a vida

Olhar pro sol só ver janela e cortina
No meu coração fiz um lar
O meu coração é o teu lar
E de que me adianta tanta mobília
Se você não está comigo
Só é possível te amar
Ouve os sinos, amor
Só é possível te amar
Escorre aos litros, o amor

15.3.07

Para esquecer

Forte ausência
que desafia nosso controle...
A crua abstinência
foi violada
por qualquer louca...
vontade de beijar...
bocas distantes
abertas...
nossos corpos velados
fechados...

Tua beleza sutil...
Cabelos nos olhos
verdes...
bosques de frutas silvestres
doces como o pecado
cometido por Eva...

Essa tua praticidade voraz
me assusta...
elimina minhas defesas...
Quero amigos para rir...
bebida para esquecer...
te quero para ser feliz
para brincar...
para poder nos salvar...

A espera indefinida
pelo sol do outro dia
coloca à prova
nossos reais sentimentos...
Essa vontade absurda
de estar junto faz questionar
a intensidade do nosso
masoquismo...
do meu orgulho...
da tua vaidade...
Nos enlouquece, a saudade...

Nos enganamos fazendo utópicos
truques de veracidade forcada...
Digo só mais dez minutos...
fico uma hora...
Tu dizes só mais uma vez...
Fica cem...
Sem nada,
ao final...

Para lembrar

Minha Porto Alegre linda...
ruas largas
corações estreitos...
Pessoas vão por todos os lados...
Eu caminhava
Ela, atriz, desviava olhares...

Desvio tentador
onde meu caminho
perdeu-se...

encontrou-se naqueles olhos...
Ah, àqueles olhos
denotavam perigo
para meus passos largos...
Misteriosa maravilha
para meu coração estreito...

Me desviei...
Cruzamos...me apaixonei...
Sem saber...sabendo...
meu coração cresceu...
nunca mais coube
nas largas ruas da linda...
Porto Alegre

Hoje resolvi pedir seus olhos...
Só hoje quero ter teus olhos...
Mentira!
Quero para sempre...
Teus olhos são meu guia...
meu caminho...
minha perdição...
E meu delírio...

Jogo da "amarelinha"

A menina dos cabelos vermelhos
continua passando
insistentemente...
sob minha janela
Todos os dia
na mesma hora
sinto sua "presença"
alegre...
em minha "ausência"
nostálgica...

Passa pulando amarelinha
com flores margaridas
nas mãozinhas...
tingidas pelos sonhos
lúdicos da infância
colorida...

Ah...ridícula inveja...
Essa inocência sufocante...
libertadora...
das pessoas que gostam

de truques...
de mágicas...
Encantam vidas...
dissipam tentacoes...
em meias palavras
"cheias" de fantasias...

Imaculada decepção da "maturidade":
Impossibilidade de fazer
brincadeiras com a vida...
quero aprender a "pular"
assim...tranquilamente
voando entre números...
entre palavras duras...


Desejo a inocência lúdica
a "imaturidade"
de um simples truque
com as cartas do baralho
do amor...

Quero meus cabelos vermelhos...
minha cabeça cheia de milagres...
como os da minha menina...
todos os dias
pulando amarelinha...
brincando com a vida...
preenchendo minhas tardes
vazias...

14.3.07

Déjá Vu


Na volta...o correspondente resolveu ficar...e eu?!Eu o felicito...mas, ao mesmo tempo, o considero um fraco, um covarde...pois seu lugar era aqui...escrevendo...escrevendo...ele me disse que não podia mais...eu lhe disse para tentar...ele me justificou que era muito doloroso esse trabalho de ser "um correspondente"...de ser "o correspondente" de tantos momentos...tantas idéias que estavam nessa minha cabeça confusa, nostálgica... "además gitana"...
Enfim, eu tive que voltar...por vários motivos estou aqui...nao sei se preparada...na verdade, acho que nunca estamos preparados para voltar...para ir...para sofrer...para escrever, ou seja, para mudar qualquer tipo de realidade...é um impulso...uma necessidade quase física...eu só sinto que minha cabeça vai explodir se nao colocar todas essas "coisinhas" para fora...se nao me libertar de mim mesma de alguma forma...
Me sinto como essa gaivota que prestes a levantar vôo, grita...dolorosamente...intensamente...que sente todos os seus músculos(inclusive e principalmente o coração) articularem um choro preso entre seus tendões, entre suas aurículas...tu sentes que a gaivotinha alguns momentos antes estava ali...feliz...tranquila...porém, algo treme...é como se chegasse alguém muito perto e ela se sentisse amedrontada e tivesse que gritar e partir para nao ser "tocada"...
Meu instinto me joga agora para longe...as recordações vao alimentar para sempre meu vôo sem escalas...essa ausência "presente" de tantas sutilezas...de tantos toques...essas canções tão "íntimas" me levam para o paraíso e para o inferno no intervalo de meio segundo...fotografar outros olhos preenche a falta "daqueles" olhos...escrever liberta minha energia, minha dor...esse nó na garganta...a "poesia e a tragédia" representam minha vida...sou assim...de extremos...ou tudo ou nada...um dia Neruda, outro dia Ésquilo...ou eu mato o amor ou ele me mata...ou eu fico e sofro ou eu vôo e vivo...
Decidi voar...claro...sempre...mas nao vôo para fugir...se eu fugisse matava "esse amor"...seria como o tal do correspondente covarde...eu nao quero ser assim...quero esse fogo bem vivo dentro de mim...por isso, vôo bem alto...muito alto...escrevo bem claro...muito claro...só para provar para mim mesma que posso estar nas estrelas e ao mesmo tempo morrer de amor...e morrer do que quer que seja sem medo de sofrer...é...é...eu sei...mas, por "esse amor" vale a pena morrer...vale a pena confessar...vale a pena escrever...vale a pena sofrer...ahhh....até aquele ponto limite onde de tanto fugir de mim, esse "meu amor" me prove o contrário...