1.9.06

Insuportável leveza de ser...


Ela acordou com um entendimento
inundando o seu pensamento
enchente...
possibilidade de afogamento
em sua própria cama sem colchão...
imersão...
afundando suas costas
até a madeira dura...
sentindo nas costelas
seu peso no mundo....

No sono inconsciente
era personagem...
de um título
fazia parte...
A história se repetia
paráfrases mal feitas
a primeira farsa grotesca
a segunda tragédia
de uma realidade desfeita...

Ligações apreendidas no sonho
imaginava...
e sentia em seu corpo
a leveza no sono
apolíneo...
amalgamada
à perturbação do peso na realidade
dionisíaca...

Algo estava errado
entendimento sem contexto
inter-relações arrancadas...
ilógica habitual do sonho
desconexo...
transmutada nessa madeira
dura realidade...

Deitada de costas...
desperta do sono
por um momento
e em toda a superfície dos poros...
seu corpo pesado
insuportávelmente dolorido
perguntava...
sem resposta:
"Qual meu peso no mundo?!"

A dor se confundia com a leveza
do sono...
adormece da realidade...
seu corpo
marcado pela fria madeira
plana...
e como num estalo de dedos
sente sua mediocridade
a "insuportável leveza de ser"
nada...
absolutamente nada


Ao som de "L'Homme Pressé" - Noir Désir

1 Comments:

Blogger MIGRACIELO said...

Sublime teu vôo volto a te fazer poesia ia eu andando ando pelo mundo fundo até que te vi vivi um jeito novo de falar ar em versos nos comunicamos amamos alguma coisa assim que a vida tem em que quero te dizer de novo ovo anjo anjo: teu vôo mais alto que tu quieto quiero sublime, sublime!

6:33 PM  

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